domingo, 31 de maio de 2015

Recriação

 No âmbito da disciplina de Oficina das Artes, foi proposto à nossa turma uma recriação de uma obra de arte. Para a sua realização tivemos por base três obras que serviram como referente para o trabalho: "Madame-Geneviève Marguerite de Senonnes" de Ingres, "Coty" e "Clown, Horse, Salamandra" de Amadeo de Sousa Cardoso. Optei por escolher a segunda. Para cada grupo de dois alunos era entregue um movimento artístico para a recriação das obras. De entre muitos estilos à escolha, decidi optar pelo o estilo Pop Art.
Depois de uma pesquisa sobre os artistas e a evolução da corrente artística ao longo dos anos, decidi basear-me no artista Robert Rauschenberg e em várias imagens que encontrei no Pinterest.
Como suporte para trabalhar escolhi a tela e utilizei uma técnica mista, de colagem e tinta acrílica.
As colagens foram feitas a partir de uma seleção de partes da obra do artista e editadas no photoshop de modo a simular a serigrafia, técnica muito utilizada na Pop Art.

As cores utilizadas foram cores vibrantes e as sombras sem gradação, características predominantes do estilo artístico.

Coty, 1917 - Amadeo de Sousa Cardoso

Sem Título, 2015 - Sandra Medeiros


Robert Rauschenberg

Robert Rauschenberg ~ 381 Lafayette Street, NYC. 1968 Photo: Henri Cartier-Bresson via MONDOBLOGO: artists in their studios



No pós-guerra, Rauschenberg tornou-se um dos mais marcantes artistas norte-americanos. Se, por um lado, os seus trabalhos de 1953-1954 denunciam uma recuperação do dadaísmo, por outro antecipam a Arte Pop. Caracterizam-se pela utilização de objetos retirados da realidade quotidiana, em citações evidentes ou por colagem de fragmentos, procurando questionar os processos de perceção visual e de comunicação plástica. Rauschenberg chamou a estas telas combine painting.


Em algumas pinturas, rompeu com a ideia tradicional de espaço pictórico, ultrapassando as distinções entre pintura e escultura com a execução de telas que adquiriam espessura e volume através da colagem de objetos ou pelo tratamento pictórico das superfícies de esculturas tridimensionais. Frequentemente anulou os limites rígidos da tela pelo prolongamento de alguns objetos para além do suporte físico. 

Um dos seus trabalhos mais famosos é a escultura Odalisca, datada de 1958, onde alude a uma série de referências e associações - uma composição tridimensional a partir de vários objetos, incluindo uma galinha. A pintura Reservatório, datada de 1961, inclui um conjunto de colagens de objetos do quotidiano, colocados sobre um fundo sujo. Desenvolveu um método para seleção e composição de objetos díspares, onde assumiu a sobreposição de signos e símbolos da cultura de massas e da sociedade de consumo, como se verifica na tela Doric Circus, realizada em 1979, que apresenta uma coleção aleatória de recortes de revistas.
Desde os inícios dos anos 60, Rauschenberg começou a interessar-se por outras técnicas pictóricas como a serigrafia e a impressão offset, alinhando com a pesquisa de outros artistas ligados à arte pop americana, como Andy Warhol.




Robert Rauschenberg, Untitled, 1963

Robert Rauschenberg. Estate, 1963. Love the indirect storytelling. My favorite thing about art is how it challenges the audience.

Robert Rauschenberg

Rauschenberg's self portrait. Saw this exhibit at Philbrook last year with Danny. He is great.

Robert Rauschenberg, Tracer, 1964   - WikiPaintings.org

Robert Rauschenberg, Black Market, 1961, canvas, wood, metal, oil paint, 152 x 127 cm, Ludwig Donation 1976





Fonte: http://www.infopedia.pt/$robert-rauschenberg
           Pinterest

Pop Art

A Arte Pop é um movimento cultural que se desenvolveu nas décadas de 50 e 60 do século XX, centrado na Inglaterra e nos Estados Unidos. O termo pop é uma abreviatura de "popular" e indica a raiz cultural e estética desta corrente inspirada no imaginário da sociedade de consumo e na cultura de massas. 
Começou por ser uma reação contra o expressionismo abstrato das décadas anteriores, considerado agora muito intelectualizado e desligado da realidade. Os artistas pop tentam produzir algo que exprima o verdadeiro espírito do mundo atual, usando alguns objetos de uso corrente, envolvendo a arte no contexto quotidiano. Desta forma, o contacto da obra com o espectador é imediato e o seu objetivo mais formal que conceptual. Em algumas das imagens que exprimem o materialismo da sociedade pode-se mesmo perceber intenções de crítica e sátira social.
Embora imbuídas de fundamentos estéticos idênticos, as manifestações artísticas da Arte Pop são extremamente variadas, podendo distinguir-se personalidades muito diferentes e criações artísticas que envolvem um leque alargado de expressões: pintura, escultura, desenho, happening, fotomontagem e colagem.
Para além dos temas, a Arte Pop apropria-se de alguns meios de produção em massa, por exemplo, a fotografia e a serigrafia, como o testemunham os trabalhos de Andy Warhol, onde são reproduzidos repetitivamente alguns ícones da sociedade de consumo, como as garrafas de Coca-Cola e a lata de sopa Campbell.
De entre os representantes mais notáveis deste movimento distinguem-se ainda, nos Estados Unidos, os artistas Robert Rauschenberg, Jasper Jonhs (do qual são conhecidas as séries de pinturas sobre a bandeira americana), Roy Lichtenstein (com as suas reinterpretações de temas da banda desenhada) e, em Inglaterra, Richard Hamilton (com as colagens de imagens ligadas à vida doméstica) e Peter Blake.




Blam, 1962 - Roy Lichtenstein

Marilyn - Andy Warhol
Marilyn, 1967 - Andy Warhol

100 Cans - Andy Warhol
100 Cans, 1962 - Andy Warhol

Liz Taylor - Andy Warhol
Liz Taylor, 1964 - Andy Warhol

Statue of Liberty - Andy Warhol
Statue of Liberty, 1962 - Andy Warhol

Just what is it that makes today's homes so different, so appealing? - Richard Hamilton

Just what is it that makes today's homes so different, so appealing?, 1956 - Richard Hamilton


Study for a Fashion plate - Richard Hamilton
Study for a Fashion plate, 1969 - Richard Hamilton

Lobby  - Richard Hamilton
Lobby, 1964 - Richard Hamilton

Just what is it that makes today's homes so different  - Richard Hamilton
Just what is it that makes today's homes so different, 1992 - Richard Hamilton

Four Self-Portraits 05.3.81 - Richard Hamilton
Four Self-Portraits 05.3.81, 1990 - Richard Hamilton

Retroactive II, 1964 - Robert Rauschenberg

Robert Rauschenberg

Black Market - Robert Rauschenberg


Fonte: http://www.wikiart.org/nl/Artists-by-Art-Movement/pop-art
           http://www.wikiart.org/nl/Artists-by-Art-Movement/pop-art

Instalação Artística - Fragilidade (final)

INSTALAÇÃO ARTÍSTICA

Maria João Monteiro
Sandra Medeiros
Susana Câmara

ABERTURA - 21 DE MAIO



A pedido nosso à administração do centro comercial solmar, foi nos concedido o espaço da loja 104, no 1º piso. Um espaço com alguma luz natural, o teto coberto de espelhos que reflete o que está por baixo, criando uma perspetiva profunda. Começamos por esticar a rede (suporte que arranjamos para colocação dos espelhos, visto que não podiamos danificar o teto), colocando-a em lugares estratégicos para dar movimento e dinâmica ao espaço. Dispusemos então os espelhos pendurados ao longo da rede, equilibrando-os no espaço. Alguns espelhos foram deixados no chão propositadamente demonstrando a fragilidade humana, na quebra fácil do espelho em contato com o chão. Analisando o espaço depois de tudo isto feito, constatamos que precisava de algum movimento, então decidimos colocar uma ventoinha, dando assim, com ajuda de um foco suspenso, algum movimento ao local, através também de sombras projetadas. Cobrimos também o chão, inicialmente em tijolo branco, com papel de impressão, dando um ambiente de tranquilidade e aconchego. Outra das vantagens do chão ser branco, foi que conseguiu-se dar profundidade ao  espaço. No espaço, pode-se visualizar isso através das linhas azuis do chão do estabelecimento que refletem para dentro do espaço, dando também a sensação de prolongamento das mesmas.










segunda-feira, 27 de abril de 2015

Instalação - Fragilidade Humana

Após uma intensa pesquisa dos simbolismos e imagens sobre instalações feitas a partir de espelhos, chegamos finalmente ao nosso conceito - A fragilidade humana.
O conceito surgiu entretanto enquanto se analisava as caraterísticas do espelho e uma delas é o facto deste ser frágil, ao mesmo tempo que reflecte a nossa imagem.
Pesquisamos sobre fragilidade e o resultado foi o seguinte:

“A fragilidade é a qualidade dos objetos e materiais de perder seu estado original com facilidade. Ainda que tecnicamente a fragilidade se defina mais propriamente como a capacidade de um material de fraturar-se com pouca deformação.”             

Wikipédia


“O que é fragilidade: s.f Característica do que é frágil. Tendência natural para quebrar; fraqueza.”

     www.dicio.com.br/fragilidade

Decidimos associar as caraterísticas da fragilidade dos objetos (neste caso do espelho) à fragilidade humana.


O ser humano é surpreendido com incómodos e inconveniências que a vida por vezes lhe prega. É a sua fragilidade que o impulsiona a viver, pois este tenta escondê-la e isso requer um grande esforço.


[Sneak peak da instalação]




sábado, 11 de abril de 2015

Instalação - Pesquisas

Pesquisa sobre o espelho, o objeto que em princípio será predominante na nossa instalação. [Grupo: Eu + Maria João Monteiro e Susana Câmara]

O Espelho - Simbologia

O espelho (do latim speculum) exerceu desde sempre um grande fascínio sobre o espírito humano pois gera um espaço de ambiguidade: a imagem que reflecte é simultaneamente idêntica (ainda que invertida) e ilusória. O espelho assume, assim, sentidos radicalmente opostos: representa a verdade (símbolo mariano) e a aparência (símbolo demoníaco). A crítica de Platão (427-347 a. C.) sobre o simulacro assenta precisamente nesta relação entre o objecto real e o seu enganador reflexo. Inscrito no campo animado da experiência e da actividade psíquica, o espelho veicula o sentido de verdade equívoca, sendo considerado “o símbolo por excelência do Simbolismo” (Michaud, 1949). Nesta medida, assume uma função estética de destaque em todos os campos artísticos.


Na obra cinematográfica Orfeu (1949), de J. Cocteau (1889-1963), o espelho assume-se como lugar de passagem para realidades imaginárias, conduzindo ao mundo da morte. O simbolismo do conceito é brilhantemente ilustrado na Literatura pelo conto de H. C. Andersen (1805-1875) A Rainha da Neve (1845), onde o diabo fabrica um espelho que exagera os mais pequenos defeitos dos objectos reflectidos. Ao elevá-lo ao céu, com o objectivo de lá reflectir os anjos, o espelho desliza das mãos do demónio partindo-se em milhões de pedaços. Estes penetram nos olhos e nos corações dos homens que passam a contemplar em seu redor apenas o mal e a fealdade. L. Tolstoy (1828-1910) descreve, na obra Guerra e Paz (1869), um ritual de adivinhação popular no qual uma rapariga vislumbra num espelho o rosto do seu futuro marido.

Na Pintura, o espelho pode tornar presente uma personagem ou um objecto situado fora do campo do quadro; veja-se “As Meninas” (1656) de Velásquez (1599-1660). O espelho constitui-se também como um instrumento técnico ou conceptual que corrige a percepção do espaço. L. B. Alberti (1404-1472) e L. da Vinci (1452-1519) recomendavam o seu uso aos pintores; F. Brunelleschi (1377-1446) e Filarète (1400-1469) atribuíram-lhe o valor de princípio normativo de construção espacial. Na Arquitectura, os espelhos são utilizados para ampliar e aprofundar o espaço reduzido. Na Arte dos Jardins e dos Parques, os espelhos de água sugerem um segundo céu na profundidade das paisagens invertidas e tornam grandiosas as iluminações das festas nocturnas (Sourian, 1990).

No mito de Narciso, a acção do espelho (a água) reflecte a devastação do ser subjugado pela sua aparência. O torpor mortal vivenciado por Narciso demonstra que a reflexão de que o espelho é paradigma não designa apenas o simples acto do olhar mas o percurso de uma invenção do próprio ao outro e do conhecido ao desconhecido através de uma génese de formas e sentidos (Minazzoli, 1990). O reflexo convida à reflexão: no esforço para se descobrir a si próprio, o pensamento pode definir-se como espelho vivo da Inteligência divina. Assim, a reflexão do sujeito sobre a teologia da imagem e da semelhança transforma a metafísica do espelho numa filosofia da arte e da criação (Jacob, 1990).

Para lá do espelho encontra-se a demanda pela vida sonhada, realizada pelos artistas e pelos místicos, que torna possível o acesso a uma experiência espiritual unificadora. Os Sufistas representam o Universo como um conjunto de espelhos nos quais a Essência infinita se contempla sob múltiplas formas. O coração humano, símbolo do centro solar, da iluminação, da sabedoria, do conhecimento e da profundidade do inconsciente reflecte, para os budistas, a natureza de Siddhartha e, para os taoistas, o Céu e a Terra. Segundo Angelus Silesius (1624-1677), o coração é o espelho de Deus (Chevalier & Gheerbrant, 1982).

O vínculo entre o espelho e a alma foi esboçado por inúmeros pensadores. Segundo Plotino (205-270), a imagem de um ser está disposta de forma a receber a influência do seu modelo como se fosse um espelho (Enéadas, 4: 3). Este não se limita a reproduzir uma imagem mas participa activamente na Beleza, surgindo uma intensa simbiose entre o sujeito contemplado e o espelho que o contempla (Chevalier & Gheerbrant, 1982). De acordo com S. Gregório de Nissa (cc. 330-395), assim como um espelho retém na sua superfície polida os traços do ser que perante ele se apresenta, também a alma purificada de todas as impurezas terrestres capta a imagem da Beleza incorruptível (Daniélou, 1954). A este respeito, S. Paulo refere: “E todos nós, com a face descoberta, reflectimos como num espelho a glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem cada vez mais resplandecente, pela acção do Senhor que é Espírito” (II Coríntios, 3:18).

O conceito também foi alvo de interpretações psicológicas. A Especulação (originalmente a observação dos movimentos estelares com o auxílio de um espelho) considera que o conhecimento se reflecte na mente como num espelho, orientando-se para a contemplação da verdade. Distingue-se da recepção passiva dos dados da experiência pois implica a descoberta de algo novo (Cabral, 1997-2001). G. Bachelard (1884-1962), na obra A Água e os Sonhos (1942), destaca “a Psicologia do Espelho”. Para J. Lacan (1901-1981), o Estádio do Espelho detém um valor fulcral no desenvolvimento da criança, promovendo uma identificação primordial estruturante face ao mundo fragmentário da relação original com a entidade materna. A criança de 6 a 8 meses reconhece na imagem do espelho a sua totalidade e neutraliza a angústia associada à sua discordância relacional, assumindo uma imagem ideal que capta de forma plena o seu ser. D. W. Winnicott (1896-1971) retomou a ideia do espelho como Estádio Inaugural da Estruturação do Sujeito: a criança transforma a mãe na encarnação viva do espelho antes de nele reconhecer, numa segunda fase, a família e o campo social.









Fonte: http://filosofiadaarte.no.sapo.pt/espelho.html
          https://www.pinterest.com/sandracmedeiros/installations/

Lin Tianmiao

Lin Tianmiao é uma artista de instalação ontemporânea de nacionalidade chinesa e designer de téxteis.
Explora a relação de tradição e modernização através dos objetos do dia a dia.

Ganhou um diploma bachelor em Belas Artes na Universidade Capital Normal em Beijing em 1984. Viveu em Brooklyn de 1988 até 1994. Regressou para Beijing em 1995, onde converteu a sua casa em um estúdio aberto, tendo isto sido um passo importante para a expansão da Apartment Art.